“O Negócio”: a nova série brasileira

O mercado da TV por assinatura no Brasil vem crescendo vertiginosamente, para se ter uma ideia 53,3 milhões de brasileiros são assinantes, representando cerca de 27,8% dos domicílios do país (dados da Anatel) e que nos leva a constatar que 1 em cada 5 brasileiros vê TV por assinatura. De olho neste mercado em potencial diversos canais foram lançados e a HBO Brasil é um deles.

Na sua linha de séries a HBO Brasil estreou  recentemente a brasilireissíma “O Negócio” (produção da Mixer e HBO Latin America), investindo forte no produto e mostrando ao mercado publicitário e aos telespectadores o potencial de produção do canal.

A série possui em seu cast nomes conhecidos pelo público brasileiro com atrizes e atores afiados nas interpretações e locações dignas de produções americanas, sem falar ainda de seu bom e surpreendente roteiro. 

A série foi criada por Luca Paiva Mello e Rodrigo Castilho e possui treze episódios produzidos para sua primeira temporada e uma confirmação de uma segunda temporada já foi anunciada.

A história acompanha a vida de três prostitutas de luxo: Karin (Rafaela Mandelli) é uma mulher de 31 anos que já está cansada de ser ludibriada por seus cafetões e sonha em se tornar independente e capaz de agendar seus próprios encontros, para que assim possa garantir sua aposentadoria.

Karin é amiga de Luna (Juliana Schalch), uma jovem de família de classe média alta que sonha em encontrar um homem rico com quem possa se casar. Neste meio tempo, ela frequenta a faculdade e faz programas à noite, arranjando seus encontros em um clube noturno e há ainda Magali (Michelle Batista), uma jovem  deslumbrada com o luxo e que vinda do interior vive na cidade grande prestando favores sexuais.

O principal diferencial desta série é que a história não gira em torno das questões pessoais e motivacionais das protagonistas do porquê se prostituir, o principal ponto é a jogada das personagens em “profissionalizar” e maximizar os serviços que elas oferecem atraves de conceitos de marketing utilizados pelas empresas nos tempos atuais.

 Ao longo de seus três episódios já exibidos somos apresentados aos conceitos de marketing e suas funções na geração e percepção de valor pelo cliente:
1° episódio: Karin tem uma ideia depois de perceber que o marketing poderia ser aplicado até mesmo na sua profissão e resolve fazer um teste por meio de uma promoção em uma boate;
2° episódio: Trata-se da fidelização do cliente e sua manutenção para a sobrevivência de um empreendimento;
3° episódio: Para entender o seu público, suas motivações e necessidades as novas empreendedoras realizam um Focus Group.

A série é surpreendente boa porque trata de conceitos profissionais em um serviço que na verdade não é legal ou até mesmo aceitável socialmente, no entanto a qualidade da série, as atuações e as locações são master para o padrão de produções nacionais e tudo ali parece que pode ser verdade de tão tácito e verídico que a série passa para o espectador.

Particularmente à primeira vista não dei muita atenção às investidas publicitárias de divulgação da série, a impressão que tive foi de que a produção seria muito apelativa e que não iria contribuir pra coisa alguma, no entanto após ler uma matéria no site da Veja e ver o trailer resolvi dar uma chance a HBO e não me arrependi. É claro que nos capítulos têm sexo e cenas quentes mas não somente isso; o que acaba não afetando o andamento e o desenvolvimento principal do enredo, porque o foco não é este e sim o  business.

O público-alvo da série são os homens, uma vez que mesclam dois assuntos muito em voga e de interesse deste público: sexo e negócios, no entanto a série consegue ser natural se afastando da vulgaridade e do que é clichê.

A produção vai ao ar às 21 horas aos domingos pela HBO.